Algumas concepções de texto

 

CONCEPÇÕES DE TEXTO

 

O que é texto? Para muitos, essa pode ser uma pergunta fácil de ser respondida. Uma possível resposta para essa indagação poderia ser, por exemplo: “Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”. Porém, com a contribuição dos estudos linguísticos, mais especificamente da Linguística Textual, o conceito de texto tem se alargado ao longo do tempo, abarcando não apenas textos escritos, mas também orais e visuais. Desse modo, este texto visa expor, a seguir, cinco concepções de texto.

"Um texto é uma ocorrência linguística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso" (COSTA VAL, 1991, p.3).

“Texto é unidade linguística comunicativa fundamental, produto de uma atividade verbal humana, que possui sempre caráter social, está caracterizado por seu campo semântico e comunicativo, assim por sua coerência profunda e superficial, devida à intenção (comunicativa) do falante criar um texto íntegro, e à sua estruturação mediante os conjuntos de regras: as próprias de nível textual e as do sistema da língua” (BERNÁRDEZ, 1982, p. 85).

“(…) o texto deve ser visto como uma sequência de atos de linguagem (escritos e falados) e não uma sequência de frases de algum modo coesas. Com isto, entram, na análise do texto, tanto as condições gerais dos indivíduos como os conceitos institucionais de produção e recepção, uma vez que estes são responsáveis pelos processos de formação de sentidos comprometidos com processos sociais e configurações ideológicas” (MARCUSCHI, 1983, p. 22).

“Texto é uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão” (KOCH & TRAVAGLIA, 1992, p. 08-09).

“Texto em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (…) isto é, qualquer tipo de comunicação realizada através de um sistema de signos. (…) Em sentido estrito, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita, que forma um todo significativo, independentemente de sua extensão. Trata-se, pois de uma unidade de sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto – os critérios ou padrões de textualidade, entre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência” (FÁVERO & KOCH, 1994, p. 25).

Pode-se concluir que o conceito de texto, na linguística, ainda é amplo e está aberto para uma definição mais precisa, e que a maioria das concepções apresentas acima dão ênfase nas manifestações escrita e oral do texto. Consequentemente, vê-se que a versão do texto como um elemento visual é deixada de lado. Por fim, nota-se que o que há de comum nas definições expostas é a relação inata do texto com o ser humano.

 

REFERÊNCIAS:

BERNÁRDEZ, Enrique. Introdución a la lingüística del texto. Madrid: Espasa-Calpe, 1982.

 

COSTA VAL, M. da Graça. Redação e textualidade. São Paulo, Martins Fontes, 1991.

 

FÁVERO, Leonor L.; KOCH, Ingedore G. V. Língüística textual:uma introdução. São Paulo: Cortez, 1994.

 

KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz C. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1992.

 

MARCUSCHI, Luiz A. Linguística textual: o que é e como se faz. Recife, UFPE. Séries DEBATES.V1, 1983.

 

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